O Europe Direct Região de Coimbra e de Leiria (EDRCL) realizou a 2.ª sessão da “Bica Pela Europa” no Loggia, no Museu Nacional Machado de Castro para que, durante cerca de uma hora, se desenrolasse uma conversa informal entre a plateia de jovens, o eurodeputado Carlos Zorrinho, o embaixador do Pacto do Clima Europeu para Portugal, Carlos Ferreira, o vereador da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Lopes, e o secretário executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, Jorge Brito, sobre “A transição digital e ecológica em Portugal”. A moderação esteve a cargo da jornalista Cristina Marques, da Agência Lusa.
“O Município de Coimbra tem feito um esforço muito grande para ser reconhecido nesta área do ambiente e sustentabilidade, a uma escala mais local tivemos oportunidade de criar um departamento dedicado à sustentabilidade e ambiente, portanto esta questão da sustentabilidade é para nós um processo muito interessante, inovador e diferenciador para o queremos que seja a política ambiental do município”, começou por destacar o vereador Carlos Lopes, enfatizando que “iniciativas como esta (do EDRCL) são o pontapé de partida daquilo que devem ser as políticas públicas, na troca de experiências, de levarmos à prática também no nosso dia a dia, na nossa atividade enquanto cidadãos para a melhoria do meio ambiente e de tudo o que envolve esta problemática da transição ecológica e digital”.
Quando questionado sobre como é que o poder político pode liderar a transição para uma economia sustentável e digital em Portugal, o eurodeputado Carlos Zorrinho afirmou que “a transição climática e a transição digital são hoje políticas existenciais”, e que, por isso, “o futuro da humanidade, o futuro dos nossos territórios depende de como nós somos protagonistas dessas duas transições”.
“As políticas públicas, se souberem interpretar aquilo que são as prioridades e aquilo que é realmente importante para o futuro de cada um de vocês, certamente que puxam muito por medidas concretas, investimentos concretos no domínio da transição energética, da transição verde e da transição digital. Mas ao mesmo tempo que as políticas públicas fazem isso, interpretam a vontade dos cidadãos. Portanto todos nós temos de ser protagonistas desse mesmo processo” destacou.
Por sua vez, o embaixador do Pacto do Clima Europeu para Portugal, Carlos Ferreira, incentivou os jovens a elaborarem a sua candidatura a embaixadores do pacto climático europeu.
“Não é nada de muito difícil, é um compromisso de cada um de nós para com o Pacto Climático Europeu, para com a sustentabilidade e, assumindo esse compromisso, durante um ano temos de fazer realmente com que seja cumprido”, realçou.
Explicou ainda a importância da digitalização para tudo na nossa vida, dando exemplos: “No colégio onde leciono, eu e os meus colegas resolvemos implementar a digitalização. Não eliminámos o papel, apenas tornamos o ensino menos pesado, substituindo os livros físicos por digitais, em tablet. A digitalização faz a diferença, no nosso caso fez a diferença e está a fazer no dia a dia de cada um de nós”, afirmou, destacando que “digitalizando algumas coisas da nossa vida poderemos também começar a fazer a diferença”.
O secretário executivo da CIM Região de Coimbra fez referência aos jovens que estavam presentes na plateia, como “uma prova viva da necessidade de fazer esta mudança”, sentindo que “estamos claramente perante gerações que irão ser cada vez menos tolerantes com a inação”.
Jorge Brito reconheceu deu ainda o esforço que está a ser feito nos municípios da Região, “com vista a convergir para estes objetivos existenciais de política que a UE nos traça”, confirmando que “este caminho está a ser feito”.