A
elaboração do Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra surgiu no âmbito de uma candidatura elaborada ao POSUER e enquadrou-se no objetivo específico da Prioridade de Investimento “Concessão de apoio ao investimento para a adaptação às alterações climáticas, incluindo abordagens baseadas nos ecossistemas” que consiste no reforço das capacidades de adaptação às alterações climáticas pela adoção e articulação de medidas transversais, setoriais e territoriais, contribuindo para a implementação da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC). Na Região de Coimbra são notórias as assimetrias que se verificam a nível nacional, com os territórios da faixa litoral a apresentarem uma maior densidade populacional e maior desenvolvimento económico comparativamente aos localizados no interior.
O património natural desta região tem estado sujeito a um forte risco de degradação fruto da reduzida colaboração entre entidades com responsabilidade na gestão dos recursos naturais e da falta de organização de alguns setores produtivos (como a pesca e a silvicultura) no que respeita à capacidade de gestão, à inovação e à introdução de novas tecnologias, e da inexistência de modelos de gestão sustentáveis. O efeito destes fatores é ainda mais notório no cenário atual de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.
Tendo em conta os objetivos da ENAAC 2020, este plano permitiu melhorar o nível de conhecimento sobre as alterações climáticas e seus impactos, e promover a integração da adaptação em políticas setoriais, indo ao encontro da abordagem “Pensar global, agir local”, ou seja pretende-se alargar o conhecimento através da investigação sobre alterações climáticas em Portugal e respetivos impactes, considerando as especificidades territoriais da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC).
A abordagem adotada baseou-se na análise da influência das alterações climáticas sobre os bens e serviços (ecológicos, económicos e sociais), o que permitiu, por um lado, integrar os setores da Economia e dos Transportes e Comunicações e, por outro, evitar a sobreposição entre grupos mais horizontais (e.g. estuários e zonas costeiras) com outros mais verticais (e.g. agricultura).
A análise dos modelos conceptuais e o mapeamento dos serviços dos ecossistemas auxiliou na definição de medidas de mitigação e adaptação consoante os cenários climáticos analisados. Adicionalmente, o mapeamento dos serviços de ecossistema providenciou às autarquias uma ferramenta de auxílio à tomada de decisões.
Este projeto foi cofinanciado pelo POSEUR, Portugal2020 e Fundo de Coesão.